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Jornalista Graça Ramos retrata obra da Escultora Campanhense Maria Martins

Escrito por Câmara Municipal de Jesuânia - MG Ligado .


Livro é lançado em diversas capitais do país

Depois de Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, foi a vez da Capital Mineira receber o lançamento do livro “Maria Martins – Escultora dos Trópicos”, da renomada jornalista Graça Ramos, que retrata a vida e obra da escultora campanhense Maria Martins. O lançamento em Minas Gerais aconteceu no dia 02 de julho, no Teatro João Ceschiatti, do Palácio das Artes.


O livro de Graça Ramos, pela ARTVIVA Editora, pretende contribuir para a valorização e divulgação da obra desta artista, a única brasileira a conviver com nomes fundadores do movimento surrealista, como André Breton.


 Com 288 páginas, 150 imagens, introdução de Paulo Herkenhoff e projeto gráfico do Studio Ronaldo Barbosa, a edição bem-cuidada, de capa dura, tem apenas três mil exemplares.  O livro detalha a importância da mudança de paradigma que Maria Martins operou nos aspectos da escultura brasileira.  “Foi Maria, com suas imagens de meio-homem, meio-árvore, meio-bicho, quem rompeu, dentro da arte brasileira, com a noção do corpo bem ordenado, idealizado à perfeição”, afirma Graça Ramos, que defendeu em 2003 tese de doutorado em História da Arte na Universidade de Barcelona sobre a trajetória da artista. “Ela colocou-nos diante do fragmentado, do assustador, daquilo que também é constituinte do humano, a incompletude”. E fez isto atrelando o corpo humano às formas da natureza brasileira. “Um erotismo carregado de violência”, complementa.


A Biografia de Maria Martins também foi publicada pela jornalista Ana Arruda Callado em 2004. A Jornalista Graça Ramos preferiu enfocar seu trabalho, mas mesclou dados de sua agitada vida de artista/intelectual/embaixatriz. O livro, em edição luxuosa, vem se somar a outros que estão sendo publicados e atuam como a provocar um ressurgimento da artista que viveu entre 1894 e 1973.

 

Campanha e seus filhos ilustres

 

Maria Martins nasceu na histórica cidade da Campanha, no Sul de Minas. Como as moças de elite da época, teve educação esmerada e rigorosa em colégio de freiras. A atividade com escultura, que começou aos 30 anos, é expansão de interesse pela música e depois chegou à pintura. Em 1926 ela casou-se com o diplomata Carlos Martins Pereira e Souza. Estudos em Bruxelas respondem pela adoração pelo bronze como forma privilegiada. A primeira mostra foi em 1941, em Washington, e, no mesmo ano, expôs em Paris e no Rio de Janeiro. A artista abriu ateliê em Nova York e ficou amiga de artistas como Mondrian, tendo exposto junto com ele.


Esculturas com formas orgânicas, contorcidas, sensuais, que evocam culturas arcaicas, inspiradas em lendas e na natureza amazônica, vão atrair atenção de surrealistas como André Breton (autor do Manifesto surrealista, que escreve apresentação de exposição e convida a mineira a integrar-se ao grupo), Max Ernest, Roberto Matta, Yves Tanguy, Chagall, entre outros. Marcel Duchamp lhe dedicou duas obras, como testemunho do impacto da beleza e da sensibilidade vibrante da artista.


A Campanhense Maria Martins participou ativamente da criação dos museus de Arte Moderna de São Paulo e do Rio. Recebeu da Bienal de São Paulo, em 1955, o prêmio de escultura nacional, com “A soma dos nossos dias”, e, em 1957, o prêmio de melhor escultora brasileira.


As obras de Maria Martins fazem parte do acervo artístico do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMa), Museu de Arte Moderna em São Paulo (MAM), Paço das Artes da USP; também encontram-se trabalhos no Rio de Janeiro, Palácio do Planalto em Brasília e também em países como a França. Uma boa parte de seu acervo pertence a colecionadores particulares. A casa onde nasceu Maria Martins – em Campanha - está localizada à Praça Dom Ferrão da Campanha e conserva algumas características da arquitetura colonial. A artista morreu em 1973, no Rio de Janeiro.

Fonte: Graça Ramos

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