Município da Campanha entra no combate direto a uma das principais doenças da Citricultura
Projeto aprovado na Câmara deve auxiliar no trabalho de combate ao Greening
A Câmara municipal aprovou no início de outubro o projeto de lei do Executivo nº 45/2011 que dispõe sobre a erradicação da planta “Murraya Paniculata” (Murta) no Município da Campanha. A aprovação se deu, após análise do projeto por parte das comissões permanentes da Casa e o posterior envio à votação em Plenário. Os Vereadores debateram não só os aspectos legais da proposição, como também os prejuízos à economia municipal, principalmente à citricultura, se não houver um efetivo combate à proliferação do “Greening”, doença conhecida como Amarelão.
Em seu artigo 1º, o projeto determina a proibição, no Município da Campanha, do plantio, cultivo e manutenção da planta, popularmente conhecida como murta ou murta de cheiro. Em outros dispositivos, o projeto aprovado determina a obrigatoriedade de erradicação dessas plantas, às expensas do proprietário, arrendatário ou ocupante a qualquer título do imóvel no qual se encontra a planta, podendo ser substituída por plantas de outras espécies. A proposição ainda prevê multa a ser arbitrada pelo Poder Executivo no caso do descumprimento da norma e também autoriza o Município a fiscalizar e a promover projetos de conscientização de toda a população e especialmente dos agricultores, sobre os riscos apresentados pela planta à citricultura campanhense.
Segundo o Vereador Guilherme de Souza Serrano, a proposição veio a calhar neste momento de crise que passam os citricultores de todo o mundo com o greening. “Antes mesmo de que o Projeto fosse encaminhado à Câmara, já havia solicitado da redação do Jornal da Câmara uma reportagem especial sobre a doença e os riscos para a economia do Município. O Greening é uma doença que se não for feito o controle pode acabar com a citricultura de qualquer município. Já havia sugerido em outra edição do Jornal da Câmara a idéia de uma feira para a citricultura campanhense, não só para a exposição dos produtos, como também para a realização de palestras e conscientizações quanto ao assunto. Em outubro, em uma reunião entre o Sindicato, Emater, Prefeitura, IMA e agricultores, foi elaborada uma parceria para que o Município colabore com o controle dessa doença, com campanhas de erradicação da planta conhecida como murta, além de árvores de pomares infectados e também com a pulverização das lavouras de citros – que já teve início em diversas propriedades”.
Segundo o Agrônomo da Prefeitura Walter Lúcio de Faria, “o Greening é uma doença que ataca os pomares de citros e acaba com a produtividade da planta e deve ser combatido desde a sua causa. A proliferação da doença acontece com o mosquito conhecido como “psilídeo” (Diaphorina Citri). A planta “murta” é uma planta ornamental, muito utilizada em jardins e é hospedeira do “psilídeo” e da bactéria causadora do greening. O mosquito transmissor se hospeda nas murtas e depois passa a visitar pomares de frutas, picando árvores sadias. Por isso é essencial que a murta seja eliminada do Município para que não seja fonte para o Greening. É necessário também o controle desses mosquitos. Além disso, segundo normas sanitárias, as árvores de citros contaminadas devem ser erradicadas das plantações para que não venham a ser fonte de contágio para plantas sadias”.
Para o Vereador Guilherme de Souza Serrano, é preciso se intensificar a campanha de combate à doença, com ações efetivas e permanentes de proteção a um dos produtos mais importantes para a economia do Município. “Segundo a Emater, são 850 hectares de ponkan em produção em Campanha, mais 300 hectares em formação. Além disso, há 100 hectares de laranja. A Economia de Campanha depende e muito desses citros. Em um cálculo recente feito também pela Emater, baseando-se num preço médio de R$ 10,00 a caixa, o faturamento seria de R$ 27.750.000,00 girando na economia da cidade. É preciso agir e rápido para que a doença não avance nos pomares de Campanha e região”, concluiu o Vereador.
Outras informações sobre o assunto com o Escritório local da Emater (próximo à Câmara Municipal) ou ainda no Sindicato Rural da Campanha.